Fabricio Moura 
Amsterdam, a charmosa capital da Holanda, encanta com seus canais pitorescos, museus renomados, arquitetura histórica e uma atmosfera vibrante. Se você está planejando sua primeira visita e quer saber o que fazer em Amsterdam, este guia completo vai te ajudar a montar o seu roteiro em Amsterdam de 3 ou 4 dias, incluindo os principais pontos turísticos, experiências imperdíveis e dicas práticas. Tudo isso com uma pitada do estilo autêntico holandês que faz dessa cidade um destino inesquecível.
Eu estive em Amsterdam três vezes, definitivamente uma das cidades mais bonitas e especiais da Europa. Turistar em Amsterdam é muito simples, entretanto, eu vou deixar aqui alguns links para facilitar o planejamento da sua viagem.
Leia mais:
Onde se hospedar em Amsterdam
Dicas para organizar a sua viagem para Amsterdam
Keukenhof: o jardim de tulipas mais bonito da Holanda
Eu também publiquei no canal do Vou na Janela no Youtube um vídeo com o meu último roteiro em Amsterdam. Recomendo assistir!
Qual é a melhor época para visitar Amsterdam?
Amsterdam pode ser visitada o ano inteiro, contudo, a melhor época para conhecer a cidade depende dos seus interesses e da experiência que deseja ter. Mas vamos por partes!
Primavera (março a maio): É uma das épocas mais bonitas do ano. As tulipas florescem e os parques ganham vida. Abril é especialmente popular por causa do Dia do Rei (Koningsdag), celebrado em 27 de abril com festas pelas ruas e canais. As temperaturas são agradáveis e os dias mais longos. Também é uma época excelente para visitar Keukenhof.
Verão (junho a agosto): A cidade fica bem mais cheia de turistas, abarrotada, para dizer a verdade! Mas o clima é ideal para caminhadas, passeios de barco e eventos ao ar livre. Espere dias longos, com pôr do sol após as 21h, e uma programação cultural intensa.
Outono (setembro a novembro): As folhas mudam de cor, dando à cidade uma paleta de tons dourados e vermelhos. Os turistas diminuem, e é possível aproveitar as atrações com mais tranquilidade. Aliás, ao lado da primavera, é a minha época favorita!
Inverno (dezembro a fevereiro): É frio e com dias curtos, mas o charme do inverno holandês compensa. Os mercados de Natal são encantadores e, se tiver sorte, poderá ver os canais congelados. Museus e cafés aconchegantes ganham destaque nessa época. É um período para quem busca aconchego.
Como se locomover em Amsterdam
Tudo o que mais interessa em Amsterdam está relativamente perto, de modo que dá para fazer tudo a pé. Mas se você precisar de transporte público, existem algumas opções:
- Bicicleta: É o meio de transporte preferido dos moradores. Há ciclovias por toda a cidade e várias empresas oferecem aluguel por hora ou por dia.
- Transporte público (GVB): Compre um cartão recarregável ou passe diário para usar bondes (trams), ônibus e metrôs. É possível comprar os passes de 1 a 7 dias.
- A pé: Muitas atrações estão próximas umas das outras, especialmente no centro. Caminhar é uma excelente forma de conhecer a cidade.
- Barcos pelos canais: Além de turísticos, alguns barcos funcionam como transporte hop-on hop-off.
- Táxis e apps de transporte: Não são muito usados por locais e costumam ser caros. Use apenas quando necessário.
Onde se hospedar em Amsterdam
Se você está procurando agora onde ficar em Amsterdam, deve estar achando as diárias dos hotéis e hostels mais caras que em outros lugares, não é? De fato, Amsterdã não é uma cidade barata, mas nem por isso a gente pode deixar de curtir o que ela tem de melhor, não é?
Na minha primeira visita a Amsterdam, eu me hospedei no XO Hotels City Centre, que era da rede Golden Tulip. O hotel tem um ótimo custo-benefício e eu pude ir a pé desde a estação central de trens – o que facilitou muito a minha chegada e saída – além de fazer todos os passeios a pé, sem necessidade de usar o transporte público.
Alguns anos depois eu voltei em Amsterdam e fiquei no Radisson Blu Hotel Amsterdam City Center. Ele fica pertinho do Vondelpark e da Museumplein, onde ficam os museus mais procurados de Amsterdã e da Heineken Experience. O hotel é lindo e super charmoso, aquele tipo de hotel que não tem como errar!
Outra ótima opção é o DoubleTree by Hilton Amsterdam Centraal Station, que como o nome diz, fica perto da estação de trens, o que vai facilitar demais a sua locomoção.
Dia 1 – Explorando o centro histórico e os ícones de Amsterdam
Estação Central de Amsterdam (Amsterdam Centraal)
A imponente Estação Central de Amsterdam, projetada por Pierre Cuypers (o mesmo arquiteto do Rijksmuseum – daí a semelhança), é mais que um ponto de chegada. Seu prédio histórico é uma atração por si só. Ao sair da estação, você já estará cercado por canais, pontes e o típico charme da cidade.
Aliás, é na Amsterdam Centraal que chegam os trens vindos do Aeroporto de Schiphol e também os trens vindos de toda a Holanda e também de Paris, Bruxelas, Frankfurt e de diversas outras cidades europeias.
Damrak e Praça Dam
A avenida Damrak conecta a estação ao coração da cidade. Ao caminhar por ela, você verá prédios históricos, lojinhas e restaurantes. A Praça Dam é onde tudo acontece: artistas de rua, apresentações e o famoso Palácio Real, aberto para visitação em dias específicos. Também fica ali o Monumento Nacional, dedicado às vítimas da Segunda Guerra Mundial.
Museu de Cera Madame Tussauds
Localizado na Praça Dam, o Madame Tussauds é um museu interativo com réplicas de cera de celebridades, líderes mundiais e personagens históricos. Apesar de ser uma atração mais turística, agrada quem viaja com crianças e adolescentes ou quer tirar fotos inusitadas.
Eu já visitei o museu na minha primeira viagem a Amsterdam e conto tudo aqui neste artigo.
Passeio de barco pelos canais
Fazer um cruzeiro pelos canais de Amsterdam é uma das formas mais bonitas de ver a cidade. Há passeios com diferentes temáticas: com jantar a bordo, guiados por áudio, ou até mesmo barcos abertos para os dias de verão. Em 2010, o sistema de canais de Amsterdã foi declarado Patrimônio Mundial da UNESCO, em razão do seu valor arquitetônico e urbanístico.
Os canais de Amsterdam são tão emblemáticos e estão tão bem enraizados na história da cidade, que a capital holandesa já foi apelidada de “Veneza do Norte”. Mas uma curiosidade é que Amsterdam possui mais canais que Veneza, são cerca de 100 km de canais por toda a cidade a uma profundidade de 2 a 3 metros.
Os canais começaram a ser construídos no século XVII, durante a chamada Era de Ouro Holandesa, quando Amsterdã era um dos centros comerciais mais importantes do mundo. A construção dos canais foi parte de um plano urbano ambicioso chamado “Grachtengordel” (que significa cinturão de canais), com o objetivo de facilitar o transporte, o controle da água e o crescimento planejado da cidade.
O sistema de canais é composto por três principais canais concêntricos que circundam o centro histórico. Esses canais formam aneis ao redor do centro e são cortados por canais menores e cerca de 1.500 pontes.
Mas recomendo reservar o seu passeio de barco em Amsterdam com antecedência aqui. Na minha última viagem eu fiz este mesmo passeio. Certamente não pode ficar de fora do seu roteiro em Amsterdam.
Dia 2 – Museus, cultura e bairro dos museus
Rijksmuseum
O Rijksmuseum é o museu nacional da Holanda e um dos mais importantes da Europa. Seu acervo inclui obras-primas da Era de Ouro holandesa, como “A Ronda Noturna” de Rembrandt e pinturas de Vermeer e Frans Hals. Aliás, o museu é grande e merece pelo menos 2 a 3 horas de visita. Além disso, o prédio e seus jardins também são atrações à parte. Compre a entrada aqui!
A visita ao Rijksmuseum, um dos museus mais importantes da Europa certamente não pode ficar de fora do seu roteiro em Amsterdam.
Museu Van Gogh
Vizinho ao Rijksmuseum, o Museu Van Gogh abriga a maior coleção de obras do artista no mundo. São mais de 200 pinturas, além de cartas e desenhos que revelam sua história conturbada. O museu é moderno, interativo e muito bem organizado. Este é outro museu que não pode ficar de fora do seu roteiro em Amsterdam.
Letreiro “I Amsterdam”
O icônico letreiro foi removido da frente do Rijksmuseum, mas reaparece em pontos diferentes da cidade. Verifique onde ele está durante a sua viagem. Tirar uma foto com o letreiro é quase um ritual para quem visita Amsterdam. Na dúvida, você encontrará um letreiro permanente na entrada do Aeroporto de Schiphol.
Vondelpark
Após os museus, descanse no Vondelpark, o maior parque urbano da cidade. Ideal para relaxar, fazer um piquenique, ou até mesmo assistir a apresentações no teatro ao ar livre durante o verão. O parque é bem frequentado por locais e turistas.
Dia 3 – História, bairros autênticos e experiências locais
Casa de Anne Frank
A Casa de Anne Frank é um dos museus mais visitados da Holanda. A visita é profundamente comovente, mostrando os cômodos onde a jovem judia viveu escondida durante a ocupação nazista. O museu é bem organizado, com uma narrativa envolvente. Recomenda-se comprar o ingresso com semanas de antecedência. Existem também alguns passeios temáticos percorrendo lugares onde Anne Frank passou e que podem ser reservados aqui.
Bairro Jordaan
Depois da visita à Casa de Anne Frank, explore o bairro Jordaan. Originalmente operário, o Jordaan se transformou em uma das áreas mais desejadas da cidade. Suas ruas estreitas, canais tranquilos, galerias de arte, cafés charmosos e boutiques fazem dele um lugar perfeito para passear sem pressa.
Mesmo com essa cara de vila, Jordaan é um dos bairros mais populosos de Amsterdam, hoje vivem lá mais de 20 mil pessoas de classe média ou média alta, mas nem sempre foi assim. O Jordaan surgiu lá no século 17 como um bairro de operários e imigrantes. Nos anos 60 e 70, o bairro começou a receber muitos estudantes e artistas independentes em busca de aluguéis baratos e foi aí que a identidade dele começou a ser moldada como vemos hoje.
Mercado das Flores (Bloemenmarkt)
O Bloemenmarkt é o único mercado de flores flutuante do mundo. Fica ao longo do canal Singel e oferece uma grande variedade de flores, bulbos de tulipa e lembrancinhas típicas. Uma parada clássica para quem está buscando o que fazer em Amsterdam.
Red Light District (De Wallen)
O Red Light District é famoso pelas vitrines com profissionais do sexo, mas também tem igrejas antigas, cafés, museus curiosos (como o Museu do Sexo) e uma arquitetura encantadora. À noite, as luzes vermelhas ganham destaque e o bairro se transforma. Visite com respeito e evite tirar fotos das vitrines.
Por mais que as moças estejam se exibindo atrás de um vidro, existe um certo limite de privacidade. Quase todas são estrangeiras, do leste europeu, Asia, América Latina e claro, do Brasil. Muitas não gostariam que suas famílias soubessem de onde vem o dinheiro que eles recebem.
Dia 4 (Opcional) – Bate-volta e experiências alternativas
Zaanse Schans
Localizada a cerca de 20km de Amsterdam, Zaanse Schans é uma vila-museu que mostra como era a vida na Holanda nos séculos passados. Com moinhos de vento ativos, casas típicas, uma queijaria e oficinas de tamancos de madeira, é um passeio encantador. Dá para ir de trem ou excursão guiada.
Heineken Experience
Instalada na antiga fábrica da cervejaria, a Heineken Experience oferece uma visita imersiva pela história da marca. Com direito a degustação, vídeos interativos e até uma simulação de produção da cerveja, é uma atração divertida, especialmente para adultos.
Bairro De Pijp
Conhecido por sua diversidade cultural e estilo alternativo, o bairro De Pijp é ideal para fugir do roteiro tradicional. Nele você encontra o Albert Cuyp Market, o maior mercado de rua da cidade, com comidas típicas, roupas e artigos locais. É também um ótimo lugar para provar o stroopwafel ou o haring (arenque).
Bate-volta para Rotterdam
A cidade de Rotterdam está a apenas 40 minutos de trem de Amsterdam e oferece uma experiência completamente diferente. Moderna, ousada e cheia de arquitetura inovadora, como as Casas Cubo e a impressionante Estação Central, Rotterdam encanta com seu contraste urbano. Não deixe de visitar o Markthal, um mercado gastronômico coberto com um teto artístico gigantesco, e fazer um passeio de barco pelo maior porto da Europa. Na minha viagem de 2025 eu fiz este bate e volta e valeu muito a pena. Eu mostro como foi aqui neste vídeo:
Bate-volta para Bruxelas
Se quiser explorar um destino internacional, que tal um bate-volta para Bruxelas, na Bélgica? A viagem leva cerca de 2 horas de trem de alta velocidade. Na capital belga, visite a Grand Place, prove os famosos chocolates e waffles, admire o Atomium e conheça o Manneken Pis. É uma ótima oportunidade para adicionar um país a mais no seu roteiro europeu com praticidade e conforto.
Este foi um bate e volta que eu também fiz saindo de Amsterdam, mas na minha primeira viagem. Entretanto, eu voltei recentemente a Bruxelas para uma viagem de 3 dias e vocês podem conferir como foi aqui, neste vídeo.
Além disso, você pode também fazer um bate e volta em Bruges, uma das cidades mais bonitas da Bélgica.
