
Primeiramente, antes de explicar como visitar Auschwitz, saiba que este texto tratará de um tema forte e que pode causar mau estar e gatilhos. Recomendo ler com cautela.
***
Os campos de concentração e extermínio de Auschwitz da Polônia foram os maiores e mais letais criados pelo regime nazista de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. O lugar se tornou o maior símbolo do holocausto, o genocídio que resultou na morte de 6 milhões de judeus na Europa, além de prisioneiros soviéticos, políticos de esquerda, ciganos, homossexuais, eslavos e pessoas com deficiência física.
O complexo era formado por três campos: Auschwitz I (o primeiro campo), Auschwitz II Birkenau e o pouco falado Auschwitz III Monowitz que era uma fábrica. Atualmente podemos visitar os dois primeiros campos, que ficam a uma curta distância entre eles.
Neste artigo você vai encontrar:
O que foi Auschwitz?
Onde fica?
Como visitar os antigos campos de Auschwitz?
Como comprar as entradas?
Como é a visita a Auschwitz
Auschwitz: palco das maiores atrocidades
O campo de concentração de Auschwitz I foi criado em abril de 1940 por ordens de Heinrich Himmler, um dos principais líderes do regime nazista e chefe da SS, repondável por caçar judeus em toda europa. Ele também foi chefe da Gestapo e o principal arquiteto do holocausto. Foi Himmler que criou uma verdadeira fábrica de matar.


Auschwitz I foi concebido inicialmente para receber presos políticos poloneses contrários a ideologia nazista. Mas não demorou muito para que ele recebesse também judeus e outros grupos considerados indesejáveis pelos nazistas.
Entretanto, Auschwitz I ficou pequeno para as ambições dos nazistas e em outubro de 1941 foi criado o segundo campo, Auschwitz II, 20 vezes maior que o primeiro campo. Localizado em Brzezinka (adaptado para Birkenau em alemão). O segundo campo foi criado com um único propósito: servir como campo de extermínio em massa, a chamada “solução final” criada pelos nazistas para eliminar todos os judeus da Europa.


Por ordens dos nazistas, todos os judeus da Europa deveriam ser transferidos para campos de trabalho forçados, onde deveriam trabalhar até a morte e os que não tivessem condições de trabalhar seriam executados. E a maioria chegava até Auschwitz de trem em vagões que eram usados originalmente para transportar gado, sem conforto ou isolamento térmico, com frio e com fome.

Estima-se que mais de 1,1 milhão de pessoas foram assassinadas em Auschwitz, até 27 de janeiro de 1945 quando os soviéticos descobriram os campos e libertaram os prisioneiros que sobreviveram ao holocausto. Inclusive, nesta data hoje é lembrada como o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.
Onde fica Auschwitz?
Os antigos campos de concentração e extermínio de Auschwitz ficam localizados na cidade polonesa de de Oświęcim – versão polonesa do nome Auschwitz – a cerca de uma hora de trem saindo de Cracóvia. Os antigos campos ficam praticamente dentro da cidade, a uma curta caminhada da estação de trens.
Hoje a cidade possui 40 mil habitantes, mas na época da guerra a cidade tinha 12 mil habitantes e muitos foram desalojados das suas casas ao redor do lugar onde seria construído o campo de concentração. Inclusive, tiveram suas casas demolidas e os tijolos usados para construir os alojamentos de Auschwitz.
Os alemães escolheram a cidade para ser seu maior campo de extermínio por conta da sua logística, Auschwitz fica no meio dos territórios dominados pela Alemanha durante a Segunda Guerra e já era atendida por um grande hub ferroviário com vias que seguem para a Alemanha, República Tcheca, Áustria e por toda Polônia.
Como visitar Auschwitz?
O melhor ponto de partida para visitar Auschwitz é saindo de Cracóvia e você pode chegar até lá de duas maneiras: por conta própria de trem ou contratando um transfer.
A forma mais cômoda é contratando o transfer, mas saiba que eles fazem apenas o translado entre Cracóvia e a entrada de Auschwitz I – onde fica o museu e a recepção aos visitantes. E o valor também não inclui a entrada, falo sobre isso adiante. O transfer custa entre 20 e 25 EUR por pessoa.
Se você optar por ir de trem, a viagem leva cerca de 1 hora saindo da Krakow Glowny, a estação central de trens de Cracóvia e custa 6 EUR o trecho. A passagem pode ser comprada com antecedência pelo site da Polish Trains que vende passagens para todas as companhias ferroviárias que operam na Polônia. Ao fazer a compra, coloque na busca o nome polonês, Oświęcim.
Da estação de trens de Oświęcim até a entrada do primeiro campo a distância é de pouco mais de 1 km e você pode ir caminhando ou pegar um ônibus que pára na porta da estação.

Como comprar as entradas de Auschwitz?
Até há pouco tempo a entrada para Auschwitz era totalmente gratuita em todos os dias da semana e horários. Bastava fazer a reserva pelo site oficial com antecedência. Contudo, essa regra mudou em 2025. Atualmente, das 8h até o meio da tarde, a entrada é paga e a visita acontece com guia e com hora marcada e custa 130 PLN (cerca de R$190) e pode ser comprada no site oficial.
Ainda é possível visitar o primeiro campo com entrada gratuita (e sem guia). Entretanto, o acesso só é liberado no período da tarde e dependendo da demanda e da época do ano, somente a partir das 16 horas. Porém, independente disso, é preciso reservar o horário pelo mesmo site.
Já para visitar o segundo campo não precisa de guia ou de reserva de horário e existe um ônibus gratuito que faz a ligação entre os dois campos.

Como é a visita a Auschwitz?
Atualmente o primeiro campo, Auschwitz I, abriga o Museu de Auschwitz-Birkenau, preservado como um memorial. E a visita começa por este lugar, que é onde fica o infame letreiro “Arbeit macht frei” que em português significa “o trabalho liberta”.


Quando judeus eram levados pros campos de concentração, eles não sabiam que estavam indo pra morte, ou que estavam indo fazer trabalhos forçados. Eles achavam que iriam trabalhar e construir uma nova vida. Daí, a explicação para a placa.
Visitamos os antigos galpões onde entendemos como funcionava a máquina de matar dos nazistas. Eu particularmente fiquei muito impactado com a sala que guarda quase 8 toneladas de cabelos das vítimas. Além das salas com as malas das vítimas, calçados e roupas de crianças.


Visitar Auschwitz mexe profundamente com o nosso emocional. Saber que tantas pessoas perderam a vida naquele lugar. Inclusive, podemos visitar a temida câmara de gás e o crematório.

Já no segundo campo já somos impactados com a entrada e os trilhos de trem que ainda existem. Era ao lado dos trilhos que os nazistas faziam a triagem das pessoas que chegavam. Um médico nazista decidia quem seria usado em trabalhos forçados, quem seria usado experimentos médicos e quem iria direto pra morte. Pouco à frente dos trilhos já ficavam as ruínas das câmaras de gás e os crematórios.


Quando os soviéticos se aproximavam de Auschwitz, os nazistas tentaram apagar as provas do holocausto e uma das ações foi dinamitar os câmara de gás e os crematórios, mas como eram estruturas muito robustas, elas não desabaram completamente e podemos ver tudo isso hoje.