Vocês viram que no post anterior eu visitei a Pirâmide de Djoser, que foi a primeira pirâmide do mundo e grande protótipo para a construção das famosas Pirâmides de Gizé. E para entender melhor como o processo de construção das pirâmides evoluiu até Quéops, Quéfren e Miquerinos, é importante visitar a Necrópole de Dahshur e conhecer a incomum pirâmide torta.
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Também recomendo o vídeo que eu publiquei no canal do Vou na Janela no YouTube com o meu roteiro no Egito e dicas de segurança.
A pirâmide torta de Dahshur
Conforme eu comentei nos posts anteriores, até que os arquitetos dos faraós chegassem à perfeição das Pirâmides de Gizé, outras pirâmides foram construídas. Entre muitos erros e acertos, os egípcios foram aprimorando o processo.
E é aqui que entra a pirâmide torta da Necrópole de Dahshur, distante 40 km ao sul do Cairo, ela foi construída durante a quarta dinastia do Faraó Seneferu, algo em torno de 2.600 a.C.
A pirâmide começou a ser construída em terreno instável e a um ângulo de 54 graus. Quando a construção atingiu os 54 metros de altura, os arquitetos perceberam que ela poderia desabar. Foi aí que os egípcios decidiram mudar o ângulo de construção para 43 graus de inclinação. A mudança é nítida e rendeu o apelido de pirâmide torta ou, como alguns dizem, “pirâmide feia”.
Ela fica no meio do deserto e a sua silhueta é perceptível à distância. Curiosamente, não distante dela fica a Pirâmide Preta, já colapsada, é mais um dos projetos que serviram de protótipo antes dos egípcios alcançarem a pirâmide perfeita.
A pirâmide torta ainda conserva a maior parte do seu revestimento original, em pedra polida, criando uma superfície lisa. Contudo é perceptível também que algumas partes dela já desabaram e podemos ver que os construtores usavam blocos relativamente pequenos de pedras, bem menores dos que foram usados nas Pirâmides de Gizé.
Atualmente, a pirâmide torta possui 101 metros de altura. Mas, por que “atualmente”? As pirâmides vieram sofrendo com o desgaste com o tempo e diminuindo seu tamanho ao longo dos séculos. Basta lembrar que estamos falando de obras com até 5 mil anos de idade que sofrem com o desgaste do vento e do tempo.
Dentro da pirâmide torta
Um dos grandes destaques da visita à pirâmide torta é que podemos entrar dentro dela só com o ingresso de entrada da Necrópole de Dahshur, sem cobranças adicionais.
A entrada é por um túnel estreito, de cerca de 1 metro de largura e 80 metros de profundidade para acessar as duas câmaras mortuárias. Para entrar, a gente precisa descer se arrastando e como podem imaginar, não é nada simples. O que tem dentro da pirâmide? Absolutamente nada! Já que tudo já foi saqueado há muitos anos atrás.
Mas, se você tiver disposição e não sofrer de claustrofobia, entrar dentro de uma pirâmide com seus quase 5.000 anos é uma experiência única.
A pirâmide vermelha
Perto da pirâmide torta fica a pirâmide vermelha, que tem este nome em razão do tipo de pedra usada na construção, um pouco mais avermelhada. Mas o que ela tem de tão especial? Esta foi a primeira pirâmide que deu certo.
Depois da tentativa frustrada do Faraó Seneferu com a pirâmide torta, ele fez a sua segunda tentativa resultando na pirâmide vermelha, considerada a “pirâmide perfeita”.
Semelhante a sua vizinha, também é possível entrar na pirâmide vermelha. O túnel é semelhante, também com cerca de 1 metro de largura, descendo a uma profundidade de 80 metros. E o que tem lá dentro? Nada!
Como visitar as pirâmides de Dahshur?
A Necrópole de Dahshur fica distante 40 km ao sul do Cairo e a entrada custa 60 libras egípcias (12 reais).
A melhor forma de visitar é contratando um guia ou um tour. Recomendo os tours da Get Your Guide e você pode reservar neste link.
Visitar Dahsur sem um tour ou um guia não é recomendado, pois é longe e não existe fácil acesso a táxis ou outro meio de transporte. Além disso, o sítio arqueológico é imenso, praticamente impossível percorrer a pé.