Fabricio Moura 
Luxemburgo pode até ser um dos menores países da Europa, mas não se engane pelo tamanho! Localizado entre a França, a Alemanha e a Bélgica, esse pequeno gigante encanta com sua rica história, lindas paisagens medievais e qualidade de vida invejável. Neste artigo, eu compartilho com vocês o que fazer em Luxemburgo em um roteiro para 2 dias.
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Eu sempre quis colocar Luxemburgo nos meus roteiros de viagem, mas não queria fazer apenas uma viagem de bate e volta, como muitas pessoas fazem saindo da França, Bélgica ou Alemanha. Até que eu consegui encaixar Luxemburgo no meu roteiro e fiquei três noites na capital do país, a Cidade de Luxemburgo.
Neste artigo você vai encontrar:
Luxemburgo é o país mais rico do mundo?
Um pouco sobre a história de Luxemburgo
Qual é a melhor época para visitar Luxemburgo
Onde se hospedar em Luxemburgo
Como se locomover em Luxemburgo?
O que fazer em Luxemburgo
Dia 1: Conhecendo o centro histórico
Dia 2: a parte mais moderna da cidade
Aliás, eu publiquei um vídeo completo no canal do Vou na Janela no Youtube com o meu roteiro em Luxemburgo. Recomendo assistir!
Luxemburgo é o país mais rico do mundo?
Muito se comenta sobre Luxemburgo ser o país mais rico do mundo, ou um dos países mais ricos da Europa. Mas vamos entender um pouco mais sobre issoi?
Bom, Luxemburgo é um Grão-Ducado, isso significa que o país é governado por um grão-duque. O país é também uma das sedes da União Europeia e tem um dos maiores PIB per capita do mundo. Daí vem a classificação dele como o país mais rico do mundo.
As línguas oficiais são luxemburguês, alemão e francês. Mas quase 50% da população é formada de imigrantes, com os portugueses liderando a lista de estrangeiros, representando mais de 14% da população com quase 95.000 portugueses.
E tem muitos brasileiros também, oficialmente cerca de 4 mil brasileiros vivem em Luxemburgo. Sendo assim, você vai ouvir bastante português e ver restaurantes de comida portuguesa e brasileira.
E o que atrai tantos portugueses? Simples! Luxemburgo tem um dos maiores salários mínimos de toda a Europa, cerca de 2400 euros. Enquanto o salário em Portugal é de 870 euros. Obviamente que Luxemburgo é um país mais caro que Portugal, mas para muitos compensa mais viver aqui, do que em Portugal.
Eu escrevi um artigo explicando porque Luxemburgo é o país mais rico do mundo, recomendo a leitura.
Um pouco sobre a história de Luxemburgo
A história de Luxemburgo começa oficialmente no ano de 963, quando o conde Siegfried adquiriu um pequeno castelo chamado Lucilinburhuc (que significa “pequeno castelo”), localizado em uma posição bastante estratégica entre grandes reinos europeus. Esse castelo foi o embrião do que viria a se tornar Luxemburgo.
Ao longo dos séculos, Luxemburgo passou por diversas mãos, sendo governado por burgúndios, espanhóis, austríacos, franceses e prussianos. Uma verdadeira bagunça, mas com esse vai e vem, o pequeno território foi se protegendo como uma fortaleza militar, com muralhas e estruturas defensivas impressionantes. E o mais bacana, é que a gente pode visitar boa parte disso até hoje.
Em 1815, após as Guerras Napoleônicas, Luxemburgo foi elevado a Grão-Ducado no Congresso de Viena, mas ficou sob controle da Holanda e da Prússia. Foi só em 1867 que o país conseguiu sua independência com o Tratado de Londres.
Durante a Primeira e Segunda Guerras Mundiais, Luxemburgo foi invadido pela Alemanha. Na Segunda Guerra Mundial, o país foi totalmente ocupado pelos nazistas e anexado ao Terceiro Reich. A família real e o governo fugiram para o exílio, e muitos luxemburgueses resistiram à ocupação nazista.
Após 1945, Luxemburgo cresceu economicamente e participou da fundação de várias organizações que dariam origem à União Europeia. Hoje, Luxemburgo é um centro financeiro global, tem uma das melhores qualidades de vida do mundo e abriga diversas instituições europeias, incluindo o Tribunal de Justiça da União Europeia.
Qual é a melhor época para visitar Luxemburgo
Existem algumas particularidades sobre qual é a melhor época do ano para visitar o país e claro que isso vai impactar no seu roteiro com o que fazer em Luxemburgo. Mas vamos por partes?
Primavera (abril a junho): Uma das melhores épocas para visitar Luxemburgo. Os parques e florestas ganham cores vivas e o clima é ameno. Ótimo para trilhas, passeios ao ar livre e para aproveitar os vilarejos. Além disso, importante pontuar que abril ainda é um pouco frio e junho já é mais quente.
Verão (julho e agosto): É quando acontece a alta temporada, com temperaturas mais elevadas e dias mais longos. A cidade recebe festivais e eventos culturais. Porém, os preços ficam consideravelmente mais elevados, seja para alimentação ou hospedagem.
Outono (setembro e outubro): As paisagens ganham os tons dourados e alaranjados, especialmente nas florestas e nos vales. O clima já fica mais frio e também, mais chuvoso. Os preços caem, pois os turistas evitam essa época do ano.
Inverno (novembro a março): Embora seja frio e escuro, Luxemburgo fica lindo com os mercados de Natal. Ótimo para quem gosta de um clima europeu autêntico. Eu estive em Luxemburgo no fim do inverno (fevereiro e março de 2025) e estava tudo mais tranquilo e vazio. O tempo pode não colaborar às vezes, mas os dias de sol eram lindos e não fazia muito frio, com máxima de 12 graus.
Onde se hospedar em Luxemburgo
Existem duas zonas da cidade que eu recomendo vocês se hospedagem: ao redor da estação central de trens ou no meio do centro histórico. Próximo da estação é mais barato e também estratégico para ir e vir do aeroporto ou pegar um trem para outra localidade. Foi exatamente o que eu fiz! Nessa região eu recomendo o Luxembourg Marriott Hotel Alfa que não tem como errar, ou o ibis Styles Luxembourg Centre Gare para quem procura economizar, sem abrir mão do conforto e da boa localização.
Outra boa opção na mesma região é o Hotel Empire, que tem quartos confortáveis e ótimo café da manhã. Além da localização impecável, do outro lado da rua em frente a estação de trens. Um pouco mais adiante e em direção ao centro histórico eu recomendo o Park Inn by Radisson Luxembourg City, que é outro que não tem como errar e costuma ter preços excelentes fora da alta temporada.
Já no meio do centro histórico e em uma localização privilegiada na Place d’Armes (Place Guillaume II), eu recomendo o Hotel Francais. O hotel é perfeito e a localização é dentro de um dos principais cartões postais da cidade. Outra boa opção é o Grand Hotel Cravat, que fica na mesma região e tem uma vista privilegiada do Vale do Pétrusse. E por fim, nessa mesma região, recomendo o Hotel Vauban que tem o padrão elevado e ótimos preços, com um excelente custo-benefício.
Como se locomover em Luxemburgo
Aqui eu trago uma notícia ótima para vocês! Luxemburgo é o primeiro país do mundo com transporte público gratuito para todos!
- Trams e ônibus: Use os trams e ônibus gratuitos para explorar a capital e os vilarejos. Inclusive, o aeroporto é conectado a uma linha de tram. Não precisa fazer nenhum cadastro ou emitir algum passe, é só chegar e embarcar.
- A pé: A cidade de Luxemburgo é compacta e fácil de explorar caminhando, principalmente o centro histórico.
O que fazer em Luxemburgo
Dia 1: Conhecendo o centro histórico
Place de la Constitution (Praça da Constituição)
A Place de la Constitution, ou Praça da Constituição, é um dos pontos turísticos mais emblemáticos da cidade. Ela fica no coração do centro histórico de Luxemburgo e oferece uma vista privilegiada do Vale do Pétrusse. É uma das vistas mais famosas e não deixe de fora do seu roteiro com o que fazer em Luxemburgo.
A praça foi inaugurada em 1923, no pós-Primeira Guerra Mundial, como um símbolo da independência e da soberania luxemburguesa. O seu nome homenageia a Constituição de Luxemburgo.
No centro dela fica o Monumento da Gëlle Fra (Mulher Dourada), uma coluna de granito com uma estátua dourada de uma mulher segurando uma coroa de louros. A estátua representa a liberdade e presta homenagem aos soldados luxemburgueses que lutaram ao lado dos Aliados durante a Primeira Guerra Mundial. Contudo, durante a ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial, a estátua foi removida como uma forma de “remover” a liberdade e soberania do povo luxemburguês. Mas ela foi restaurada e colocada de volta no lugar em 1985.
Catedral de Notre-Dame de Luxemburgo
A Catedral de Notre-Dame de Luxemburgo fica perto da Place de la Constitution e da Praça Guillaume II. Uma linda construção com a sua arquitetura gótica.
A construção dela começou em 1613, inicialmente como uma igreja jesuíta e foi finalizada em 1621. Mas ao longo dos séculos, a catedral passou por diversas ampliações e restaurações, especialmente no século XX, quando ganhou uma nova ala também a fachada atual.
Apesar da predominância do estilo gótico, a Catedral de Notre-Dame também apresenta elementos renascentistas e barrocos, que foram incorporados ao longo das reformas. Sim, é uma colcha de retalhos, mas que faz sentido. Infelizmente ela estava fechada quando eu estive em Luxemburgo, mas deu para admirar a sua beleza pelo lado de fora.
Place Guillaume II (Praça Guillaume II)
Todas as cidades medievais possuem uma praça central e em Luxemburgo não é diferente. A Praça Guillaume II cumpre o papel de praça principal de Luxemburgo
A praça leva o nome de Guillaume II, também conhecido como Rei Guilherme II dos Países Baixos, que governou tanto os Países Baixos quanto Luxemburgo no século XIX. Foi sob o reinado dele que Luxemburgo ganhou uma constituição própria, em 1848, dando início ao processo de autonomia do país. E por conta disso que ali pertinho fica a Place de la Constitution.
No centro da praça, fica a estátua equestre de bronze de Guillaume II, inaugurada em 1884, homenageando seu papel na história luxemburguesa. Também é onde fica o Hôtel de Ville (Prefeitura de Luxemburgo), um belo edifício neoclássico construído no século XIX, que hoje funciona como sede da prefeitura da cidade.
Palais Grand-Ducal (Palácio Grão-Ducal)
O Palácio Grão-Ducal (Palais Grand-Ducal) é um dos edifícios mais importantes de Luxemburgo por ser a residência oficial do Grão-Duque de Luxemburgo para funções cerimoniais e administrativas. E ele fica a alguns metros da Praça Guillaume II.
O prédio foi originalmente construído em 1572 e servia como prefeitura da cidade. Com o tempo, foi adaptado para abrigar os governadores e, mais tarde, passou a ser a residência oficial do chefe de Estado luxemburguês.
Contudo, durante a Segunda Guerra Mundial, o palácio foi saqueado e danificado pelos nazistas, que o usaram como taverna e sede militar. Na real, até como prostíbulo os nazistas usaram ele. Após a guerra, ele foi restaurado e voltou a ser o centro do poder luxemburguês.
Dá para visitar? O Palácio Grão-Ducal não é uma residência aberta o ano todo, mas entre meados de julho e início de setembro, é possível fazer visitas guiadas, organizadas pela Oficina de Turismo da Cidade de Luxemburgo.
Bock Casemates
Agora chegamos na parte mais medieval da cidade e que certamente não ficará de fora do seu roteiro em Luxemburgo. As Casemates du Bock são túneis subterrâneos escavados na rocha, usados como abrigo militar desde o século XVII. As Casemates começaram a ser construídas em 1745 e elas “abraçam” o vale do Rio Alzette e são visíveis de várias partes da cidade.
Entretanto, uma grande parte das Casamatas foram destruídas em 1867 em razão de um tratado de neutralização do território de Luxemburgo. Contudo, essa parte que existe até hoje foi preservada pois a cidade poderia colapsar caso fossem demolidas.
É possível visitar a parte externa delas de forma gratuita ou comprando um tour para percorrer o seu interior, que inclui corredores sinuosos, antigos quartéis, espaços de armazenamento e vistas privilegiadas de todo o vale do rio Alzette.
Chemin de la Corniche
Considerado “a varanda mais bonita da Europa”, esse caminho nas muralhas tem vistas panorâmicas incríveis do bairro Grund e do vale do Alzette. Caminhe com calma e aproveite os pontos fotográficos ao longo do trajeto. Inclusive, a Chemin de la Corniche fica ao lado das Casemates, parecem até uma coisa só. Observe que no chão a caminho da Chemin algumas placas indicando lugares para as melhores fotografias.
Bairro Grund
Agora vamos descer para a parte baixa da cidade. O Grund é um dos bairros mais históricos de Luxemburgo e fica no fundo do vale, que é cercado pelas Casamatas. É aquele bairro que é cortado pelo Rio Alzette e que vemos lá de cima. O Grund surgiu praticamente com a fundação de Luxemburgo e mantém uma atmosfera medieval.
O bairro tem um visual pitoresco, que parece estacionado no tempo, com ruas de paralelepípedos, casas antigas super bem preservadas e um ambiente que mistura tranquilidade com um toque boêmio.
Pfaffenthal
A história de Pfaffenthal também surgiu com a fundação de Luxemburgo, enquanto os mais ricos viviam no Grund Pfaffenthal era onde vivia a classe operária e os artesãos.
Durante séculos, o bairro abrigou moinhos, curtumes e oficinas de ferreiros graças à abundância de água do Rio Alzette. Você ainda sente essa alma de vila operária andando pelas ruas, que são mais simples que o Grund, mas igualmente charmosas.
Pra mim, Pfaffenthal foi uma das melhores surpresas de Luxemburgo e é lá que fica famoso elevador panorâmico de Pfaffenthal, que é gratuito, como todos os transportes de Luxemburgo.
Dia 2: a parte mais moderna da cidade
Museu de Arte Moderna Grand-Duc Jean (Mudam)
Projetado pelo arquiteto Ieoh Ming Pei (o mesmo da pirâmide do Museu do Louvre e do Museu de Arte Islâmica do Qatar), o Mudam é um museu moderno e ousado que abriga obras contemporâneas de artistas locais e internacionais. Além das exposições, o próprio prédio e os jardins ao redor são atrações por si só.
Museu Nacional de História e Arte (MNHA)
Com uma coleção variada que vai da arqueologia à arte moderna, o MNHA é excelente para entender a história e identidade luxemburguesa. O acervo inclui artefatos pré-históricos, objetos romanos, moedas medievais e pinturas luxemburguesas não muito famosas, mas lindíssimas.
Kirchberg
O bairro de Kirchberg é o centro financeiro e político da cidade. Aqui estão as instituições da União Europeia, grandes empresas e prédios modernos com arquitetura arrojada. Visite o Philarmonie Luxembourg, o Tribunal de Justiça da UE e os shoppings como o Auchan e o Kirchberg Shopping Center. Aliás, essa parte da cidade não se parece em nada com a parte histórica.
Parc de la Ville e Praça da Constituição
Relaxe no Parc de la Ville, bem no coração da capital, com trilhas arborizadas, esculturas e fontes. Depois siga até a Praça da Constituição que eu já citei anteriormente, onde você terá vistas lindíssimas da ponte Adolphe e do vale Pétrusse. Ideal para ver a cidade a partir de outro ângulo.
