Depois que eu escrevi um post recente onde falo da minha experiência trabalhando e viajando e como eu faço para pagar as contas, pipocaram na minha caixa de mensagens vários e-mails de pessoas de todos os cantos pedindo dicas de como ser um nômade digital e quais o passos tomar e se essa vida só serve para quem trabalha com design, web e publicidade.
Primeiro queria dizer que eu ainda não me considero um nômade digital, aquele cara que vive de país em país por meses e anos. Eu passo alguns meses fora, meu limite máximo até hoje foram 3 meses e também já contei aqui como foram esses noventa dias, mas eu sempre volto para a minha casa em São Paulo. Até quando? Não sei, a minha ideia para o futuro – nem tão distante assim – é arrumar as malas e partir sem data para voltar.
Se você fizer uma busca no Google com algo sobre “como ser um nômade digital”, vai encontrar vários posts, alguns escritos por blogueiros sérios e outros nem tão sérios assim, que trazem uma visão bem fantasiosa e milagrosa para você se tornar um nômade digital.
Primeiro, você precisa saber que não existe milagre, existe sim muito planejamento para se tornar um nômade digital.
É o dinheiro que move o mundo e você precisa dele para se manter em qualquer lugar, até mesmo onde você já está hoje.
A primeira coisa para ser um nômade digital é saber como você vai ganhar dinheiro para pagar as suas contas e se manter pelos países que pretende viver. Se você tem uma bela reserva, uma família que te apoie, vai em frente! Mas a maioria de nós não é bem assim.
A internet facilitou as coisas e tornou viável esse estilo de vida, hoje a gente consegue trabalhar pela internet independente de onde estiver. No meu caso, eu sou designer e posso tocar os meus projetos de qualquer lugar, tenho uma renda gerada pelo blog e também faço planejamento de viagens e roteiros personalizados. Mas se você não é designer, programador ou publicitário, não desanime, existem várias outras profissões que podem ser administradas a distância.
Por exemplo, um contador não precisa estar preso a um escritório para trabalhar ou um advogado que pode trabalhar fazendo consultorias, por exemplo. Acho que um dos segredos aqui é moldar a sua profissão, as suas habilidades para esse tipo de realidade.
Sabendo que a sua profissão pode ser tocada de qualquer canto do mundo, não necessitando da sua presença física, você já está mais um passo para se tornar um nômade digital. Mas ainda não é bem assim, você precisa ganhar o suficiente para se manter e ter uma reserva para cobrir os meses ruins é fundamental.
Morando na Europa e tendo clientes no Brasil, ganhando em real, é ainda mais difícil pois o real desvalorizou muito nos últimos anos e você vai ter que trabalhar bem mais para cobrir os buracos. Veja como ter uma reserva é importantíssimo.
Outro ponto fundamental é sobre o visto de permanência nos países onde pretende viver e cada lugar tem uma regra diferente, ninguém quer ser um imigrante ilegal e viver nas sombras, não é?
Ser um nômade digital requer muito planejamento e jogo de cintura, minha dica é: não deixe seu emprego, comece a fazer um trabalho extra nas horas vagas e quando sentir que essa renda já dá para garantir as contas é o momento de começar a pensar em virar a chave. Tenha uma boa reserva para se manter por 6 meses sem trabalho, é o seu plano B. Estude as regas dos países pelos quais pretende passar, veja a necessidade de visto. Monte uma boa estrutura de contatos que possam conseguir freelas para você.
Ser um nômade digital é totalmente possível, basta ter planejamento e muita dedicação. O ônus é grande, mas o bônus é melhor ainda.
Leia mais:
Sobre trabalhar viajando e como pagar as contas
Os noventa dias de uma viagem transformadora
Estamos trabalhando demais?
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Excelente publicação Fabricio! Muitos são aqueles que querem ser nómades digitais e pensam que é fácil…é muito importante lembrar o que você disse que “ser um nômade digital requer muito planejamento e jogo de cintura”! Não é algo que se constrói e se tem de um dia para o outro. É preciso muita análise, planejamento (é mesmo, na minha opinião, a palavra de ordem!) e coragem.
Abraço!
Krystel | Nomadismo Digital Portugal
Oi Krystel, como vai? Obrigado pela mensagem. Não conhecia o seu site, é excelente! Parabéns, já virei fã.
Muito bom o artigo.
Sou Nômade Digital há quase 2 anos, gostaria de compartilhar as minhas vivências com vocês:
http://tudosobrenomadismodigital.blogspot.com/
Opa, me adiciona no Facebook, vamos conversar.
Olá. Começarei minha vida de nômade digital de janeiro, vendi todos os meus pertences coloquei na poupança e com os juros eu irei viajar o mundo. Não possuo trabalho então a minha principal fonte de renda são os rendimentos da poupança. É aí que gira minha dúvida…O que eu irei falar para o oficial de imigração quando ele me perguntar “Você trabalha no Brasil? Quais vínculos com o Brasil você possue?” Tenho medo de ser deportada por não ter um emprego aqui. Então gostaria de saber o que falar para o oficial de imigração neste meu caso especifico.
Bom, a sua dúvida (e medo) é o que todos nós sofremos, mas eles quase nunca perguntam se vc tem emprego, eles perguntam qual é a sua profissão.