Como chegar em Paranapiacaba de transporte público ou no Expresso Turístico

Paranapiacaba é uma autêntica vila inglesa no alto da Serra do Mar entre São Paulo e a baixada santista. Chegar lá é muito simples e eu vou mostrar neste post, como chegar em Paranapiacaba saindo de São Paulo e usando o transporte público. Também mostro como funciona o Expresso Turístico da CPTM que faz a viagem entre a Estação da Luz em São Paulo e Paranapiacaba.

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A Vila de Paranapiacaba teve uma enorme importância no desenvolvimento da Região Sudeste do Brasil. A pequena vila, no alto da Serra do Mar entre São Paulo e a Baixada Santista era o ponto de conexão dos trens que traziam o café do interior de São Paulo, e que seguiam para a exportação no Porto de Santos.

Paranapiacaba é um distrito que pertence ao município de Santo André e fica distante 50 quilômetros do centro de São Paulo.

Neste artigo você vai encontrar:
Como chegar em Paranapiacaba de transporte público
Como chegar em Paranapiacaba pelo trem turístico
Um pouco da história de Paranapiacaba
O que fazer em Paranapiacaba

Eu publiquei um vídeo super completo no canal do Vou na Janela no Youtube onde eu mostro como chegar em Paranapiacaba, o que fazer na vila, além de contar a história deste lugar.

Como chegar em Paranapiacaba de transporte público

Eu saí da região central de São Paulo, peguei o metrô até a Estação da Luz que é atendida pelas linhas Azul e Amarela, além das demais linhas de trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). O preço atual da passagem é R$ 5,20 e inclui a integração das linhas do metrô com as linhas de trem. Para quem não é de São Paulo e não está habituado, com apenas uma passagem você pode viajar por todo o sistema de linhas de metrô e trem sem pagar nada a mais por isso.

Eu peguei o trem da Linha 10 Turquesa da CPTM com destino a estação de Rio Grande da Serra, a última estação da linha e a mais próxima de Paranapiacaba. Você pode embarcar em outras estações da linha, como no Brás, por exemplo.

A viagem leva aproximadamente 1 hora. A dica é fazer essa viagem fora do horário de pico, quando os trens estão bem mais vazios.

Chegando e Rio Grande da Serra, é preciso pegar uma condução até Paranapiacaba. Uma opção é o ônibus da EMTU linha 424 (Rio Grande da Serra – Paranapiacaba), a passagem custa R$ 5,65. Ao sair da estação, basta virar a direita e logo depois de uma curva você vai ver um pequeno ponto de ônibus coberto. É dali que partem os coletivos de hora em hora. Dá para pagar o ônibus com cartão de débito ou crédito por aproximação.

Quando eu cheguei, o ônibus tinha acabado de sair e por isso eu optei pelo Uber, que funciona na cidade e a viagem custou R$ 35 e levou cerca de 15 minutos até Paranapiacaba.

Para voltar de Paranapiacaba para Rio Grande da Serra eu usei o ônibus, já que o tem sinal de celular na cidade é fraco (Claro e Vivo funcionam lá). A viagem demorou uns 20 minutos e o ponto final da linha é quase em frente a estação de trens.

Como chegar em Paranapiacaba pelo trem turístico

O Expresso Turístico sai todos os domingos e também em alguns sábados do mês. Dá para consultar o calendário pelo site da CPTM. Também é possível comprar o bilhete pelo site, mas esgota muito rápido. 

Todas as vezes que eu tentei comprar pelo site, eu não consegui. Assim, foi mais fácil comprar direto na bilheteria da Estação da Luz com dois meses de antecedência! Sim, o passeio é muito concorrido! A bilheteria que vende o passeio funciona das 9h às 18h de segunda a sexta.

O passeio custa R$50 por pessoa ida e volta e tem descontos progressivos para mais de uma pessoa. Por exemplo, para duas pessoas custa R$82, para três pessoas R$115 e R$148 reais para 4 pessoas.

Estudantes, idosos, pessoas de 15 a 29 anos inscritas no CadÚnico e com renda familiar mensal de até 2 (dois) salários-mínimos; pessoa com transtorno do espectro autista e, quando necessário, acompanhante; PCD e, quando necessário, acompanhante pagam meia! Crianças com idade inferior a 6 anos não pagam passagem, desde que não ocupem assento.

O trem sai às 8h30 da manhã e retorna às 16h. 

A viagem é feita em um trem antigo, a locomotiva foi fabricada em 1952 e os carros de passageiros de aço inoxidável foram fabricados no Brasil nos anos 1960 e completamente restaurados. O trem trafega usando de 2 até 4 carros de passageiros por viagem.

Um pouco da história de Paranapiacaba

Durante o século XIX, o Brasil viveu o crescimento da cultura cafeeira no Vale do Paraíba – estados do Rio de Janeiro e São Paulo – além do Sul de Minas Gerais. Para escoar essa produção até o Porto de Santos, foi construída a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí da São Paulo Railway.

Entretanto, vencer os paredões íngremes da Serra do Mar exigiu a criação de uma obra de proporções até então inéditas no Brasil. A base da ferrovia se instalou no pequeno vale no alto da serra, antes da descida. O lugar foi chamado inicialmente de Alto da Serra, mas anos depois, passou a se chamar Paranapiacaba, que significa “lugar de onde se vê o mar“, em tupi-guarani.

As obras começaram em 1850 e foram finalizadas em 1867. O sistema da ferrovia era funicular, puxados por cabos em passavam por 16 pontes e 14 túneis. Para construir o trecho da ferrovia entre a Vila e o Porto, o Barão de Mauá trouxe engenheiros da Inglaterra. Para acomodar os engenheiros, suas famílias e os operários, foi criada a pequena vila nas margens da ferrovia. 

Por conta da arquitetura inglesa e da constante neblina que envolve a cidade todos os dias, o lugar ficou conhecido como Vila Inglesa de Paranapiacaba.

O que fazer em Paranapiacaba

Você pode passear pela vila inglesa e explorar cada cantinho é um passeio muito bacana. Em Paranapiacaba você pode visitar o Museu Tecnológico Ferroviário que conta a história do Funicular. E o Museu Castelinho, que funciona na principal casa da vila, no alto de uma colina, onde morava o engenheiro-chefe da São Paulo Railway.

Muitas pessoas procuram a cidade para fazer trilhas, como a da Cachoeira da Fumaça, a Trilha do Poço Formoso, e a Trilha do Mirante. Porém, a trilha mais famosa de Paranapiacaba e também uma das mais perigosas do país é a Trilha do Funicular.

A ferrovia que foi inaugurada em 1867 era pelo sistema funicular, onde os trens eram puxados por cabos, passando por 16 pontes e 14 túneis. Nos anos 70, para suprir a demanda crescente, uma nova linha foi construída usando o sistema conhecido como “cremalheira” e a antiga linha foi abandonada nos anos 80.

Desde então, o mato tomou conta dos trilhos e com o passar dos anos, o caminho se tornou um dos desafios mais desejadas pelos trilheiros. Apesar de ser muito popular, a Trilha do Funicular é proibida, seja pelos riscos e por passar por propriedade privada.