turista ou viajante

Fazer um citytour em um ônibus de dois andares, tirar a clássica foto segurando a Torre de Pisa, um passeio pelos canais de Amsterdã, ficar horas na frente do Palácio de Buckingham esperando para ver a troca da guarda? Ou talvez descobrir um restaurante pouco conhecido no sul de Londres, uma praia ultra deserta na Tailândia, aquela galeria de arte alternativa em Berlim ou descobrir os segredos de uma cidadezinha da Rússia?

Em qual dos dois grupos acima você se identificou? Se você escolheu o citytour, talvez seu perfil seja de turista, mas se escolheu a cidade russa, é um viajante. Mas honestamente, que besteira é essa?

Parece que ser “turista” se tornou algo pejorativo, cafona e popular demais para o “viajante”, aquele cara hype que curtem ir aonde nenhum turista jamais colocaria os pés, descobrir lugares novos, comer em restaurantes locais e descolados. Para o viajante, o turista é aquele cara que supostamente só quer conhecer mais e mais pontos turísticos, vive com a câmera fotográfica grudada na mão e a todo momento compartilhando fotos no Instagram.

Se o turista come no McDonalds, o viajante vai procurar um restaurante local e só frequentado por quem é dali. Se o turista viaja com pacote, o viajante faz tudo por contra própria e se hospeda em hostels ou Airbnb e por aí vai.

Da forma que algumas pessoas colocam, o turista parece ser aquele cara bobão de camisa estampada com uma câmera pendurada no pescoço e quilos de protetor solar no rosto. Aquela imagem clássica do turista bobalhão criada pelo cinema e eternizada com a família Griswolds na série de filmes dos anos 80, Férias Frustradas. Quem nunca viu uma das milhares reprises na Sessão da Tarde?

Quem aí é um Griswolds? Ninguém, né?!
Quem aí é um Griswolds? Ninguém, né?!

O ponto em que eu quero chegar é: por que dividir, se a gente pode ser um pouco de cada coisa?

Eu não me considero nem turista e nem viajante. Eu gosto de viajar por conta própria, mas gosto de ficar em hotéis, gosto de fazer citytour, mas também adoro descobrir lugares pouco conhecidos, como a tal galeria de arte alternativa que eu falei lá em cima. Adorei ficar um tempão na porta do Palácio de Buckingham esperando a troca da guarda, mas também encontrei uma hamburgueria sensacional em Antuérpia, na Bélgica, onde comi um podrão dos deuses.

No fim da contas, o que vale é a experiência que cada um viveu e o quão feliz foi fazendo a foto segurando a Torre de Pisa ou descobrindo a cidadezinha nos cafundós da Rússia.

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