Que o Brasil é um país de contrastes, de grandes diferenças sociais onde os ricos são muito ricos e os pobres muito pobres não é novidade para ninguém. Estamos acostumados a ouvir isso em todos os lugares. Mas quando a gente testemunha esse abismo de frente, a gente entende o quanto o Brasil é sim um país desigual e no Amazonas, essa diferença fica ainda mais clara.
Na viagem que eu fiz a região norte, eu queria conhecer e entender um pouco de como é a vida de quem vive nas margens dos rios. Eu e um grupo de 5 pessoas alugamos uma lancha para conhecer um pouco mais do modo de vida da população ribeirinha do Amazonas.
Saímos do porto de Manaus por volta das 9h da manhã, chovia forte e parecia que seríamos engolidos pelos barcos maiores que passavam do nosso lado agitando a água. Barcos pequenos para duas ou três pessoas que desafiam lanchas, petroleiros e transatlânticos.
Entramos em um braço do Rio Negro e saímos no Rio Solimões, antes deles se juntarem para formar o Rio Amazonas. Encontramos um primeiro vilarejo, no alto de um barranco e lá no alto as casas em cima de altas palafitas, o que demonstra o quão baixo está o nível do rio e até onde ele pode chegar.
Falando em casas, aqui existem dois tipos: as flutuantes e as palafitas, todas de madeira, não existe alvenaria, água encanada ou esgoto. Tudo vem do rio e vai para o rio. Sinônimo de prosperidade aqui é ter um gerador a diesel para fazer aquela TV comprada no crediário sintonizar a novela. As crianças fazem fila subindo nas janela do lado de fora.
Vida de criança aqui é correr atrás de bola, brincar com sementes ou com algum brinquedo comprado nos camelôs de Manaus, parece inacreditável, mas esse lugar existe num mundo onde crianças do outro Brasil usam iPad.
Mas que lugar é esse? Pergunto a dona Maria “do Zé”, uma moradora que foi pegar água na beira do rio:
“Diz que é Manaus, mas aqui o povo chama de Janauary, Vila Nova de Cima, mas tem nome certo não”.
Janauary é uma dessas pequenas vilas que como ela existem centenas na beira dos rios da amazônia. Não tem ruas ou calçadas, sem energia elétrica, esgoto ou água encanada. Farmácia ou serviços médicos não existem. Uma vez por mês o barco médico passar por aqui e se alguém passar mal tem que ir para Manaus. Mas os barcos que levam as pessoas daqui até a capital só passam duas vezes por semana.
É o barco também que trás mantimentos e encomendas da cidade grande e leva de volta a banana e o açaí que são cultivados aqui. Mas a principal atividade econômica é a pesca, são dezenas de pequenos barcos que vemos espalhados rio afora desafiando o banzo para pescar o pirarucu faça chuva ou faça sol.
Visitar Manaus é quase um acontecimento, é viagem comprar o DoBon para as crianças, o macarrão Modelo e o refrigerante Bizz pro almoço de domingo.
Apesar de tanta simplicidade e dificuldade, as pessoas são felizes e receptivas. É uma viagem a um outro Brasil que poucos conhecem. É um modo de vida primitivo, que faz com que a gente reflita sobre o nosso modo de viver e como os poderosos dão as costas para quem realmente precisa.
Como na maioria das cidades brasileiras, Manaus não tem rede de metrô ou trens, por conta disso, um hotel de boa localização é fundamental para quem pretende visitar a capital do Amazonas. E existem duas regiões muito procuradas em Manaus, o centro histórico e a Ponta Negra
Falando do centro, que foi onde eu fiquei, Hotel Villa Amazônia bem no centro da cidade. O hotel tem uma localização mais do que excelente, ele está a apenas 2 minutos da Praça São Sebastião, coração do centro histórico da cidade com seus belíssimos casarões conservados e o magnífico Teatro Amazonas.
Outro hotel bom e barato nessa região é o Hotel Saint Paul, que fica muito perto do Teatro Amazonas. Pertinho dele ficam os ótimos Seringal Hotel e o Aldeia Hostel, para quem quer economizar.
Já em Ponta Negra eu recomendo de olhos fechados o Tropical Executive Hotel, os quartos são grandes e super confortáveis, a piscina e vista do Rio Negro são de tirar o fôlego. Além do Tropical Executive na mesma região.
Ponta Negra é uma região muito bacana, a desvantagem de ficar lá é a distância para o centro histórico.
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É um estilo de vida. Esse pessoal aí troca a bola por um celular, mas não deixa essa vida mansa para atuar aqui nessa agitada e cruel selva de pedras.
É verdade
Sr, Garcia,só pra seu esclarecimento, já ouviu falar em Distrito Industrial de Manaus, ou em Zona Franca de Manaus? Pois é, são daqui que saem os celulares fabricados para todo o país meu caro, e quanto a vida mansa, acredito que assim como em qualquer lugar exista desafios para a sobrevivencia, e para a população ribeirinha da Amazônia esses desafios se tornam maiores ainda por possuir
na região uma grande extensão aquática, procuramos sim viver em harmonia tanto com os recursos naturais que possuimos, como uma cidade de pedra existente dentro da grande selva Amazônica.
Vida mansa? É preciso conhecer melhor a dinâmica diária desses povos que vivem abandonados. Arriscam suas vidas constantemente nas florestas e no Rio para sobreviver e ainda sofrem a exploração e má fé dos atravessadores da “cidade de pedra” . Vida mansa… esse termo não se enquadra.
Concordo totalmente Ana Araújo 🙌🏻❤️😘
Como eles faziam suas necessidades??
Em latrinas ou direto no rio
Olá, Fabrício. Gostaria de saber se você conhece algum guia para me indicar. Quero conhecer a Amazônia, mas não aquela das agências de viagem e turismo, quero conhecer a verdadeira Amazônia. Penso em fazer uma viagem que dure uns 2 meses e quero me instalar em uma comunidade Ribeirinha.
Grata.
Patrícia
Oi Patricia, tudo bem? Infelizmente eu não conheço, vou ficar te devendo essa.
Adorei a reportagem. Agora sei onde ficar em Manaus, o que visitar. Estou encantada com essa cultura bela, com esse Povo de Coragem e coração nobre. Gratidão por essa oportunidade extraordinária.