Quem acompanha o Vou na Janela, sabe que eu viajo constantemente e que por conta disso, sempre passo por processos imigratórios em cada país que eu desembarco.
Até hoje, a imigração mais complicada que eu tive foi no Porto, em Portugal e tem um post bem detalhado sobre isso. Mas depois de passar pela imigração em Cuba, os contratempos que eu tive no Porto não chegaram perto do que aconteceu em Havana.
Eu vinha desde São Paulo via Panamá com uma amiga para passar o ano novo em um resort em Varadero, um dos lugares mais bonitos e procurados de Cuba.
Nosso voo chegou no Aeroporto Internacional Jose Martí em Havana na manhã do dia 31 de dezembro de 2016. Já estávamos com o visto obrigatório na mão e o confuso formulário da aduana preenchidos.
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Saímos da aeronave e íamos em direção ao setor de imigração quando fomos abordados por uma moça bonita e sorridente que nos fez um turbilhão de perguntas. Não parecia ser um interrogatório oficial pois ela anotava tudo em uma folha de papel comum.
Minha amiga é jornalista, talvez isso tenha despertado mais a atenção dela que começou a fazer mais perguntas a minha amiga do que para mim. Perguntas como nome da empresa em que ela trabalha e como é seu trabalho, se trabalhava com alguma ONG (?), além das perguntas de praxe.
Depois de quase uns 10 minutos de perguntas fomos liberados para seguir para o balcão de imigração, só uma pessoa por vez. A moça que me atendeu não fez nenhuma pergunta, pegou o visto, carimbou o passaporte e pronto. Fomos pegar as malas.
O aeroporto internacional de Havana só tem 2 esteiras, e naquele momento estava tudo caótico. As malas demoraram uma eternidade para chegar, a bagagem de mais de um voo estavam na mesma esteira. Cheguei a pensar que a minha mala tivesse desaparecido, mas tudo bem, ela chegou depois de uns bons minutos.
Seguimos então para a aduana, na fila do “nada a declarar” quando um oficial nos tirou da fila e nos encaminhou para um canto do aeroporto onde tinha uma máquina de raio-x. Pegou nosso passaporte e saiu andando pelo aeroporto com eles.
A gente não tinha nada a esconder, mas confesso que bateu um medo imenso. O único equipamento de raio-x estava desligado e só foi ligado para vistoriar a nossa bagagem. Mais de duzentas pessoas naquela sala e só nós estávamos passando por isso. Era claro que nós éramos um alvo que eles tinham escolhido.
O vai e vem de funcionários de cara fechada ia e vinha a todo momento, nem adiantava perguntar se havia algum problema.
Depois de alguns minutos bem tensos outra moça veio interrogar a minha amiga e refez todas as perguntas que a primeira moça já tinha feito e as anotou naquela folha de papel simples. Certamente para verificar se havia alguma contradição.
Naquele momento era claro que o alvo dos caras era a minha amiga, mas qual a razão? Por ela ser jornalista? O que eles estariam procurando?
Depois de longos minutos e de claramente não encontrar nada, nossos passaportes foram devolvidos e seguimos para a aduana e desembarque. Até agora não sabemos o que realmente motivou aquele comportamento deles, mas vamos entender que Cuba é um país burocrático, onde nem todo mundo é bem vindo, como os americanos e isso fica claro quando assistimos a TV local e que talvez, profissionais de comunicação (mesmo que não exerça) também não sejam bem vindos ao país.
Saímos da área fechada mas acha que os problemas acabaram? Nada disso!
No desembarque o motorista que tínhamos contratado para fazer nosso transfer até Varadero nos esperava, nos encontramos com ele e fomos até a casa de câmbio do governo para trocar Euros por CUC e mais um abuso aconteceu.
Tanto eu quanto minha amiga trocamos 400 Euros, a moça que me atendeu me devolveu 401 CUCs, que era o câmbio correto. O cara que atendeu minha amiga devolveu para ela 395 CUCs, no mesmo lugar, apenas em balcões diferentes. Ele claramente a roubou e eu não vejo outra palavra para usar nesse caso.
Para fechar o circo, quando voltamos para encontrar nosso motorista, ele estava sendo interrogado por um cara mal encarado e tomando nota de coisas que ele dizia. Honestamente, só queríamos desaparecer daquele lugar antes que algo pior acontecesse.
O aeroporto de Havana é velho e caótico, tanto na área fechada quanto na parte pública. Parece mais uma rodoviária tumultuada e mal cuidada. Nossa experiência lá foi a pior possível, mas no fim, deu tudo certo e ficam as histórias para contar.
Dicas gerais para imigração em Cuba
– Fique calmo e não demonstre nervosismo;
– Se for interrogado, seja claro e direto;
– Não é correto mentir, mas não diga que é jornalista ou profissional de comunicação;
– Não omita nenhuma informação no formulário da Aduana, inclusive liste seus devices como câmeras, celular, tablet ou computador;
– Guarde o seu comprovante de visto, ele vai ser solicitado ao deixar o país e pelo amor de Deus, não perca esse papel.
Dicas para deixar Cuba
– Chegue cedo, o checkin é extremamente lento e as filas para controle de passaporte são quilométricas;
– Se for trocar de volta os CUCs que sobraram, faça dentro da sala de embarque. Lá tem dois balcões e são os únicos que tem uma variedade maior de moedas, como o Euro.
– Coma alguma coisa antes de chegar ao aeroporto, lá dentro só tem duas lanchonetes com quase nada e as filas são gigantes, na verdade, em Cuba as filas são sempre gigantes.
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Que tenso! Que bom que acabou tudo bem.
No fim ficam as boas lembranças. Mas acho que não voltaria.
Fui dos Estados Unidos para Cuba, via Cancun. Fui a trabalho eu era parte de uma equipe de um filme que estava sendo filmado em Cuba.
Levei dezenas de equipamentos. Passei tranquilo pela imigração. Me perguntaram até se eu queria que estampasse o meu passaporte americano ou não.
Como disse levei muitos equipamentos, pelo menos 6 caixas de coisas. E Apesar de abrirem tudo, foi tudo muito rápido. E sem problemas.
Na saida a mesma coisa, as filas que eu tive que esperar são as mesmas que se espera em qualquer aeroporto.
Assim, que do meu ponto de vista, não vi nada de anormal, no aeroporto de Havana.
Talvez a pessoa que escreveu foi lá quando era época de alta temporada, etc.
O mesmo acontece nos Estados Unidos, se voce chegar aqui, na época de Spring Break, Thanksgiving ou Natal…se prepare para enfrentar filas quilométricas…
Boa tarde amigo. Estou indo pra Cuba agora dia 12/06 e além de ser minha primeira viagem de avião é exatamente pra Cuba. Além do bilhete, passaporte e documentos eu preciso de alguma outra informação tanto para o check-in em guarulhos quanto para Panamá e Cuba?. Ex: Quantidade minima de dinheiro como é nos Estados Unidos ou comprovante de residencia? Abraços
Rodrigo, minha principal dica é: cuidado com o que você vai responder quando te perguntarem qual a sua profissão. Blogueiro, jornalista, influenciadores e principalmente, profissionais de comunicação não são muito bem vindos. Ah, leve Euros e eles não aceitam cartões de crédito de bancos americanos.
Eu estive em Cuba em 2019 e foi muito mais tranquilo do que nos países europeus. Eu e minha família não passamos por nada disso, absolutamente tranquilo, tanto na chegada quanto na saída. Enfim vai saber porque vocês tiveram tanto azar, ou nos tivemos sorte. Eu voltaria com certeza a Cuba
Fui à Cuba agora em maio/17 com minha esposa, e para mim foi bem mais tranquilo. Não teve questionário e na imigração também não nos foi perguntado nada. Mas realmente, só permitem uma pessoa por vez no balcão de imigração, o que pode dificultar quem não entende nada de espanhol/ingles.
Já a esteira onde se pega as malas é realmente muito demorada, e dá a impressão que a nossa foi extraviada. Ainda bem que, no nosso caso, foi só impressão. Depois de uns 20 minutos, as malas apareceram.
Antes das esteiras, havia um “check point” da carteira internacional de vacinação. A maioria dos turistas de outros países passavam tranquilos, mas os brasileiros eram todos parados para apresentar a carteira de vacinação. Nesse lugar foi onde teve a maior bagunça, pois não havia placas, eram apenas algumas mulheres em umas mesinhas, no meio do saguão.
Minha recomendação para quem vai ficar em Havana é ir preparado para o assédio dos taxistas no saguão do aeroporto. Eles são bem insistentes, mas aceitam negociar o preço. Se não me engano, paguei 30 CUCs do aeroporto até o centro, em táxi novo, amarelo. (em Havana há pouquíssimos táxis novos, todos da cor amarela. Eu mesmo, só vi ponto deles no aeroporto, e não sei se eles fazem corrida entre outros pontos da cidade. De qualquer forma, a grande maioria dos táxis em Habana Vieja é antiga.)
Obrigado pelo relato, Marcos. Curioso que quando eu fui não estavam exigindo a carteirinha internacional de vacinação, boa informação.
Boa tarde Fabricio! Primeiramente parabéns pelo site! Muito Informativo.
Estou planejando uma viagem para cuba em dezembro, pensei em tirar o visto só em novembro, você me aconselha a fazer isso antes ou posso a vir ter algum problema se deixar para próximo da data da viagem?
Oi Cibele, não sei te dizer, mas se você puder se adiantar, melhor, nunca deixa nada para a última hora.
Passei o mesmo na Nova Zelandia! Só que muito mais rigoroso, com direito a retirar tudo de dentro das minhas malas, testar com todos os tipos de teste para drogas, demorou uns 30 minutos ou mais.
Eu também fiquei com um monte de coisas na cabeça, por dentro aflita mas mantive minha postura. No final de tudo perguntei o motivo de tanta investigação e eles me informaram que era devido meu bilhete não ter sido comprado com antecedencia, mas no fundo eu senti que era apenas por eu ser brasileira.
Semana que vem estou indo para Cuba, muito animada e curiosa! Obrigada pelas dicas
Caramba, que tenso isso.
Estivemos em Cuba em Julho. Calorão total. Do aeroporto para o centro de Havana fomos de taxi agendado pelo nosso hotel. 30 Cucs. Para se locomover dentro de Havana, optamos pelo Coco Taxi. A dica é negociar o preço sempre antes. Eles falam 10 e você oferece 6, e está tudo certo. Pelo taximentro, nunca. Paciência com o atendimento sempre. Marcha lenta total. Mas vale o passeio. Havana é linda.