O Santuário Meiji era o segundo lugar que eu queria conhecer em Tóquio. E foi providencial procurar por um lugar mais tranquilo depois de ser impactado pela minha experiência em Shibuya.
Eu desembarquei na Estação Meiji-jingumae que atende ao bairro de Harajuku e de lá não foi difícil avistar a massa verde do Parque Yoyogi, onde fica o Santuário Meiji. A caminhada foi curta, mas fiquem atentos pois existe uma entrada para o parque e uma para o santuário.
O santuário é um templo xintoísta dedicado ao Imperador Meiji e sua esposa, a imperatriz Shoken. O imperador é conhecido por ter quebrado o isolamento do Japão com o mundo no século 19 e dado os primeiros passos no desenvolvimento do país. O templo foi fundado em 1920, entretanto foi completamente destruído pelos bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial. Felizmente foi reconstruído em 1958 com a ajuda de doações que vieram de diversos cantos do mundo.
Ao atravessar o primeiro Torii (aqueles portais enormes), é como se estivéssemos entrando em outro universo e este é o propósito. Se de um lado temos a efervescência e o burburinho de Harajuku, lá dentro a atmosfera é de paz. O longo caminho de cascalho emoldurado por imensos ciprestes japoneses vai relaxando e descomprimindo. Mais de 100 mil árvores que vieram de diversas partes do Japão para construir a floresta. Gosto disso no japonês, se não tem uma floresta, eles criam.
Por um instante não parece que estamos no coração da maior cidade do mundo. O vento fresco e os pássaros cantando nos transporta para o Japão antigo. Esse sentimento só é quebrado quando uma pequena multidão de visitantes empunhando seus smartphones de última geração posa na frente de uma parede de barris de saquê.
Os barris são doações de empresas e famílias ricas todos os anos. O gesto tem como objetivo agradecer pelo progresso da indústria do saquê – bebida nacional do Japão – e da indústria de uma forma geral. E gratidão é o sentimento que precisamos ter quando entramos em um templo xintoísta. Baixamos a cabeça, em sinal de reverência ao passar pelo segundo torii, agradecemos, deixamos o dia-a-dia para trás e seguimos em frente.
Antes de entrar no complexo de templos, existe uma pequena Temizuya do lado esquerdo. Elas são pequenas fontes que existem na entrada dos templos, usadas para purificação antes de entrar no pátio do santuário.
Não precisa fazer o ritual, mas se você quiser, é visto pelos japoneses como sinal de respeito. Primeiro pegue o dipper – uma espécie de concha – e lave a mão esquerda. Depois, lave a mão direita. Encha a mão esquerda com água e beba. Lave a mão esquerda, passe água limpa pelo dipper e pronto, você estará purificado e apto para entrar no santuário.
O Santuário Meiji tem um imenso pátio rodeado de templos de arquitetura shimmei – a mesma dos palácios imperiais – construídos em madeira e cobre, na maioria das vezes. Dentro deles existem altares, que não podem ser fotografados, mas que são belíssimos. Guarde para sempre na sua memória.
Aos domingos casamentos tradicionais são realizados ali, no dia a dia, cerimônias e ritos também são realizados. Quer mergulhar ainda mais nos rituais, acenda um incenso, ou compre uma ema, plaquinhas de madeira que são penduradas em árvores e suportes como forma de agradecimento.
Como visitar o Santuário Meiji
A melhor forma de chegar até lá é de metrô e a estação que atende ao bairro é a Meiji-jingumae. Não confunda com a estação Harajuku, esta é exclusiva para os trens da JR. A estação Meiji-jingumae é atendida pela linha C (estação número 3) e pela linha F (estação número 15). Chegando na estação, procure pela saída B1, ela fica exatamente em frente a entrada do Santuário Meiji. Recomendo ler o post onde eu explico como usar o metrô de Tóquio.
Se você estiver em Shibuya, dá para ir a pé. O santuário fica distante aproximadamente 1km do Shibuya Crossing.
O santuário fica aberto das 5h às 18h e a entrada é gratuita.
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